quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Pirilampo Mágico 2009...

na Penha com o Berço em pano de fundo (Junho/09)
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Pirilampo Mágico 2009...



no CCVF com a Fanfarra Kaustika (Junho/09)
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Pirilampo Mágico 2009...




em Orbe, Monthey e Geneve, Suiça (Junho/09)
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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Um admirável mundo antigo...








“O Traje e o Mundo Encantado dos Brinquedos Antigos de Leça” é o nome de uma exposição organizada, em parceria, pela Junta de Freguesia de Leça da Palmeira, e pelo Rancho Típico da Amorosa. A mostra está patente até 9 de Agosto, no salão nobre da autarquia leceira.
O espólio do rancho de cariz etnográfico, nomeadamente um conjunto de trajes antigos e típicos dos leceiros e de terras da Maia – desde o traje de trabalho e domingueiro masculino, bem como trajes femininos – domingueiro, de feira, de trabalho, de lavradeira rica – são alguns dos atractivos desta exposição.
A temática dos brinquedos antigos também está patente através dos cavalinhos de madeira, peões de corda, caricas, carrinhos de rolamentos, fisgas, cata-ventos, guindastes, jogo do rapa...
O Rancho da Amorosa tem vindo a pesquisar e a estudar uma panóplia de brinquedos e de engenhocas que entraram em desuso, mas que eram muito comuns nas brincadeiras dos pequenos leceiros, há várias décadas atrás.
Horário da mostra: de segunda a sexta das 9h00 às 12h30 e das 14 às 17h30; sábados e domingos das 15 às 18 horas.
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sábado, 11 de julho de 2009

(Diversos)

“Avança com a raiva que sentes… Ao peso da cruz”
Levantam-se aos pares
Cumprimentam-se com apertos de mão fortes, abraços espalhafatosos, beijos repenicados
Lutam enquanto disputam colos e riem-se a seguir com as bocas muito abertas, o cabelo muito curto, os dentes muito raros, as roupas muito coloridas, os passos pouco seguros
Tropeçam como se dançassem ao ritmo de um autocarro desgovernado
Silenciam-se

Trocam mensagens
Comentam
Levantam-se aos pares uma e outra vez
Correm e acreditam e suspiram ofegantes
“Pi” soa como aplauso cúmplice de alívio
Todos conhecem a adrenalina
Todos conhecem o alívio
Todos reconhecem este gesto simples
Fazem perguntas sobre porque é que a noite à escura e não é o dia que tem falta de luz
Não respondem, exaustos
“Parece que pagam os pecados deste mundo…”
Levantam-se aos pares
Não se filosofa: a noite é escura porque o dia tem luz
Lugares vazios substituídos
Já se enumerou os reforços do Benfica que “vai voltar a não fazer nada” e parece que custa a sair o número de reforços do FCP que “já se sabe tem tudo no papo”
Levam-se aos pares: “Talvez não”
Acreditam e olham de esgueira: “Talvez não”
Bocejos, sorrisos, mensagens, olhares, birras, mensagens e gargalhadas, mensagens e silêncios
“Há dias em que não cabes na pele com que andas…”
“Parece que os sapatos que vês nem sequer são os teus!”
Vira-se a folha: um boletim do Euro Milhões suíço
“E ao Sul…” (diz a canção) “Subo as águas desse rio, onde a barca dos sentidos nunca partiu…” (sublinha o interprete)
Saem aos pares
Seguem os sobreviventes…


Quinta-feira, 2 de Julho/09
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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Pirilampo Mágico 2009...

na Feira Medieval de S. Mamede de Infesta organizada pelas escolinhas e instituições de solidariedade social da Freguesia. A estadia de Nuno Álvares Pereira, “O Condestável”, antes da Batalha de Aljubarrota, em terras de S. Mamede de Infesta, na Ponte da Pedra, deu o mote a esta iniciativa. Conta-se que Nuno Álvares Pereira andou pelo Norte do país a pedir apoio e dinheiro à Ordem dos Hospitalários para o confronto que se avizinhava… Mas o Pirilampo Mágico também encontrou outros “históricos” nesta feira e brincou com os guerreiros de palmo e meio que se gladiaram, com espadas de madeira e vestidos a rigor... O Pirilampo Mágico experimentou outro tempo, outra época, outro momento, quiça outra vida, antes de, como os romeiros, os saltimbancos, os nomadas ou mesmo os piratas, partir para outras cidades, outros sinais, outras vidas em tempos novos e velhos...
sábado, 6 de Junho
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sábado, 6 de junho de 2009

Pirilampo Mágico 2009...







na Capital. Pirilampo Mágico na Capital dos sonhos, na Capital da luz, na Capital da memória, na Capital das emoções e das recordações e das descobertas. O Pirilampo Mágico viu os preparativos para as festas populares em Alfama… Depois dos carris e entre as pedrinhas da calçada, no miradouro. Antes das escadas, do ferro e do cabo frio, gelado, no elevador. O Pirilampo Mágico esteve entre os “lendários”, entre os rockeiros, e entre os que reencontraram o rock e os que descobriram o rock (‘Ao mesmo tempo’) Do “Princesa de Belém”, Lisboa vê-se do Tejo como se viu, numa manhã de Abril, o Terreiro do Paço… Em revolução! Já em Belém, na casinha do Pirilampo Mágico, a Torre, o Padrão, o Farol, o Mosteiro, a Imponência, a Luminosidade... E sempre, sempre, a Fé! Como aquela que em simples encontrO(s), ao sol, junto às árvores, entre espelhos de água, a inspirar, se transcende. São elementos numa cadeia de emo(Na)ções… Na Capital!
PS: O ‘Pirilampo Mágico, grande maluco’ agradece (o emprestimo de dedos) à ‘grande maluca que já tem muita experiência de concertos’ (‘E nem se discute mais’)

Quarta, quinta-feira, 3/4 de Junho
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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Pirilampo Mágico 2009...

a brincar com a Francisca do 2º ano no Dia Mundial da Criança comemorado numa das escolinhas mais bonitas e divertidas de Matosinhos. O Pirilampo Mágico esteve com muitos meninos e meninas e aprendeu muitas coisas novas e úteis sobre segurança, fez desenhos e brincou nos carros da polícia e nas ambulâncias do INEM… E fez amigos… Muitos amigos de bibes vermelhos, castanhos, azuis, amarelos e verdes.

Segunda-feira, 1 de Junho
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Pirilampo Mágico 2009...


no jantar da 'Sininho' entre batatas fritas e batatas assadas, bifes de vitela e de lombo, panados e arroz de feijão, vinho branco que denuncia a tasca escolhida e vinho tinto daquele que 'encarnece' os lábios. Antes do 'Ambrósio' e enquanto se descobria que há quem goste muito de limonada bebida às escondidas na casa-de-banho… ('É assim que começam os rumores') O Pirilampo Mágico esteve 'em grupo' e ganhou uma dona nova, a menina que sabe, com certeza, dar cor aos sonhos. Aos teus sonhos roxos! A noite foi tua e acabou por ser nossa!
Sábado, 30 de Maio
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sábado, 30 de maio de 2009

Acordando

Perdi o sentido dos pontos cardeais
E hoje não tenho a autonomia das feições
“Não sei viver sem ter de viver”
Nesta viagem de vagabundos bem vestidos
Norte? Sul? Muito ao Sul! Sempre ao Norte!
Já não domino os pontos cardeais
Nem as mãos que tocam a luz da madrugada outra vez sedentas de uma penumbra de luar
“O que me dão já não sei gostar”
Na trepidação constante que confunde a concentração
No embalo constante dos carris do comboio
Tantas vezes cúmplice do desespero das feições contraditórias e das conclusões dúbias
“Só o Amor me faz correr”
“Só o Amor me faz ficar”
“Só o amor me faz perder”
“Só o Amor me faz querer mais”
Só o Amor me faz lutar sobre esta linha ténue que separa uma lágrima de um sorriso
Sul? Norte?
Lutar?

“Talvez nada mais”
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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Pirilampo Mágico 2009...


nas festas do Senhor de Matosinhos, ao final da tarde, entre um lanche regional e uma ronda pela romaria. O Pirilampo Mágico percorreu a Avenida D. Afonso Henriques e aconselha uma passagem pela “magia” das tômbolas. A variedade é muita: tômbola da Liga de Amigos do HPH, Obra do Padre Grilo, ALADI – Associação Lavrense de Apoio ao Diminuído Intelectual, Missões de Moçambique, Lar de Sant’Ana, Lions Clube de Mastosinhos, Obras Sociais de Nossa Senhora de Fátima (Cruz de Pau), Agrupamento de Escuteiros de S. Mamede de Infesta e tômbola da paróquia do Senhor de Matosinhos. Cada bilhete é só 0,50 e sai SEMPRE prémio (a dobrar tendo em conta a causa :-)
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segunda-feira, 25 de Maio
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Pirilampo Mágico 2009...

a presenciar a alegria dos jogadores, equipa técnica, dirigentes e adeptos da Oliveirense, depois de garantida a permanência na Liga de Honra. O Pirilampo Mágico esteve no Largo da República, Oliveira de Azeméis e associou-se à festa do emblema oliveirense que acreditou até ao fim!
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domingo, 24 de Maio
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Pirilampo Mágico 2009...


na caminhada pelo coração organizada em Matosinhos com a presença de cinco mil crianças e jovens. O dinheiro recolhido ao longo do percurso, com a venda de corações anti-stress, reverteu a favor da Fundação Portuguesa de Cardiologia e da Cruz Vermelha de Matosinhos. O Pirilampo Mágico esteve com a Rosinha e ouviu os conselhos da nossa eterna campeã olímpica.
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sexta-feira, 22 de Maio
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Dá cor aos sonhos!
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sábado, 25 de abril de 2009

O pior mês que alguém pode escolher para morrer
(lembraste de me teres dito que era, às vezes, de noite que te surgiam as melhores ideias? Um momento de inspiração seguido de outro de preguiça e lá se vai a obra-prima)
Pior é escolher quando se mata
Ou ter a certeza que o fio pode rebentar a qualquer instante sem se ter tempo de escolher
(sonhaste que te berrava porque não querias ver a realidade. O mal não está no nos berros. Está em não ter sido um sonho)
Não se escolhe quando se morre ou, pelo menos, não se escolhe tantas vezes quanto é possível escolher quando se vive.
Equação simples esta: uma escolha para quantas essa única resistir.
("expliquei-te e relatei-te como luto todos os dias e até fiz a ressalva de estar doente. Resolveste não entender. Decidiste que tens razão" Sim! Sim!)
Porque é que este é o pior mês para morrer?
Porque é que as laminas fazem sangrar tanto ou mais que o chilrear dos pássaros?
(o táxi já veio. Corre que está frio. Mexe-te)
Não me ralhes tanto!
Não vês que neste mês não sei distinguir bem a morte da vida?

(não corras então. Faz a tua obra-prima sobre os alicerses desse meio termo pálido e quase moribundo)
Ironias? Logo neste que é o pior mês...
(porquê? não é este o mês das máscaras?)

00h12

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domingo, 19 de abril de 2009

CCVF


Acorda, menina linda
Vem oferecer
O teu sorriso ao dia
Que acabou de nascer
Anda ver que lindo presente
A aurora trouxe para te prendar
Uma coroa de brilhantes para iluminar
O teu cabelo revolto como o mar
Acorda, menina linda
Anda brincar
Que o Sol está lá fora à espera de te ouvir cantar
Acorda, menina linda
Vem oferecer
O teu sorriso ao dia
Que acabou de nascer
Porque terras de sonho andaste
Que Mundo te recebeu
Que monstro te meteu medo
Que anjo te protegeu
Quem foi o menino que o teu coração prendeu ?
Acorda, menina linda
Anda brincar
Que o Sol está lá fora à espera de te ouvir cantar
Acorda, menina linda
Vem oferecer
O teu sorriso ao dia
Que acabou de nascer
Anda a ver o gato vadio
À caça do pássaro cantor
Vem respirar o perfume
Das amendoeiras em flor
Salta da cama
Anda viver, meu amor
Acorda, menina linda
Vem oferecer
O teu sorriso ao dia
Que acabou de nascer
PALMA's
(à posteriori)
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sexta-feira, 3 de abril de 2009

DES(re)ENCONTRO

Se ela pressentisse
O olhar que me devolve
As ânsias sem idade
Os olhares ao espelho sem piedade
A verdade foge trémula e sem serenidade


Se ele sentisse
Só por uma vez
Que paro quando fala
Que rio quando olha
E coro quando é para mim
E quero que me agarre


Ela nem imagina
Ele nunca me vai ver
Volto a cruzar-me com ela
Fingindo não o ver
E por isso nunca
Ele nunca vai saber
O quanto eu te quero


Ela vai rir-se quando lhe contar
Que um dia quis dar-lhe o mundo
Mas não a soube chamar
O seu cheiro passa solto
E leve como o ar


Ele vai ter um sonho por guardar
O tempo não tem escolha
E a alma passou longe
Adeus! Será que é Adeus?
Eu não te perco mais


Ela nem imagina
Ele nunca me vai ver
Volto a cruzar-me com ela
Fingindo não o ver
E por isso nunca
Ele nunca vai saber
O quanto eu te quero


Se ela pressentisse
O olhar que me devolve
As ânsias sem idade
Os olhares ao espelho sem piedade
A verdade foge trémula e sem serenidade


Se ele sentisse
Só por uma vez
Que paro quando fala
Que rio quando olha
E coro quando é p'ra mim
E quero que me agarre


Ela nem imagina
Ele nunca me vai ver
Volto a cruzar-me com ela
Fingindo não o ver
E por isso nunca
Ele nunca vai saber
O quanto eu te quero


Ela nem imagina
Ele nunca me vai ver
Volto a cruzar-me com ela
Fingindo não o ver
E por isso nunca
Ele nunca vai saber
O quanto eu te quero

REPRESAS

SE SOUBESSE COMO SE CHAMA ISTO QUE AINDA ME DEIXA RESISTIR, NÃO QUEBRAR, NÃO CAIR... TREMER. TREMER! SE CONHECESSE O SEGREDO QUE TÊM AS HORAS, AS LINHAS, OS ENGANOS, OS ATRASOS E AS PRESSAS... COMO EU QUERIA NÃO SENTIR. COMO LUTEI PARA NÃO O SENTIR SALGADO. LUTAR. LUTAR!
"devia saltar e dar-te um beijo agora, agora mesmo, aqui mesmo, à frente dela, de frente para o mundo, contra a tua vontade cravada em ti, contra mim mas a saborear o roubo, levar-te comigo, depois de me deixar ai, contra tudo, saltar agora, roubar-te, por uns segundos...ponho uma mão no teu peito bem enterrada, outra sobre um dos pulsos pregada aos poros, devolver-me, por uns segundos, dar-te um beijo... pare! agora! saltar e ser feliz, por uns segundos"
LUTAR!
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segunda-feira, 30 de março de 2009

Onde você estiver, não se esqueça de mim Com quem você estiver não se esqueça de mim Eu quero apenas estar no seu pensamento Por um momento pensar que você pensa em mim Onde você estiver, não se esqueça de mim Mesmo que exista outro amor que te faça feliz Se resta, em sua lembrança, um pouco do muito que eu te quis Onde você estiver, não se esqueça de mim Eu quero apenas estar no seu pensamento Por um momento pensar que você pensa em mim Onde você estiver, não se esqueça de mim Quando você se lembrar não se esqueça que eu Que eu não consigo apagar você da minha vida Onde você estiver não se esqueça de mim
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quinta-feira, 12 de março de 2009

Vamos lá...



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Já reparaste como a palavra "concorrência" tem pouca importância?

Queria escolher uma flor ou uma paisagem bonita
Queria escolher um momento ou um espaço que fosse nosso
Queria perpetuar este “nosso” que foi sempre tão espontâneo
Quero que este “nosso” não se perca
Quero que a espontaneidade continue “nossa” também

Escolhi flores (“uma flor para uma flor” – aquela frase feita que fica sempre bem)
Escolhi um espaço de um sítio onde fomos “nossas”
Escolhi perpetuar-nos com o bilhete que nos fez sorrir naquela “nossa” manhã igual a tantas outras que não voltam

Aquele estabelecimento estava fechado espontaneamente e espontaneamente as compras iam sendo feitas sem pressas e com confiança
Como a confiança que devemos ter quando qualquer ciclo se fecha enquanto tudo se desenvolve apesar da pressa

Ouvi dizer que é difícil criar verdadeiras amizades na idade adulta (não sei as palavras exactas da tal teoria)
Espontaneamente fizemos tudo ao contrário
Não foi?
Dar tempo ao tempo?
Essa teoria já não sei explicar, mas sei que faz sentido acreditar nela como se acredita na confiança mesmo que pareça que está tudo ao contrário
Como nós!
Vamos lá…
Com confiança!!
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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

a propósito de "placas"

Durante um passeio, um impulso, vi esta placa. Já antes dava importância às placas… Sempre gostei de ler o que dizem as placas. Existem placas que contam histórias, placas que falam com as pessoas que passam na rua e pessoas que vão falando com as placas num simples passeio começado por impulso. Depois de descer a Rua da Assunção e antes de subir a Rua 31 de Janeiro, a pensar em direcções e sempre a ceder aos impulsos… Gosto de passeios, placas e conjugações com harmonia. Como os impulsos! E como as direcções...

sábado, 7 de fevereiro de 2009

sentidos a p/b



As ruas da minha cidade abriram os olhos de encanto para te ver passar
As pedras calaram os passos e as casas abriram janelas só para te ouvir cantar
Porque há muito muito tempo não vinhas ao teu lugar
Ninguém sabia ao certo onde te procurar
Da próxima vez não vás sem deixar destino ou direcção
Se houver próxima vez não esqueças leva contigo recordação
E um beijo pendurado ao peito do teu coração
Quisemos saber como estavas, se a vida tinha tomado bem conta de ti
Ou se a vida teve medo e eras tu que a levava refugiada em ti
Cada verão que passava sentiamos-te chegar
Como era possível que o sol se atrevesse a brilhar
Da próxima vez não vás sem deixar destino ou direcção
Se houver próxima vez não esqueças leva contigo recordação
E um beijo pendurado ao peito do teu coração
Deves trazer tantas histórias, tantas que algumas ficaram caídas por ai
Outras, eu tenho a certeza, o teu fogo na alma queimou, deixaram de existir
Só queremos saber se és a mesma que vimos partir
Não existe mundo lá fora que te possa destruir
Da próxima vez não vás sem deixar destino ou direcção
Se houver próxima vez não esqueças leva contigo recordação
E um beijo pendurado ao peito do teu coração
Da Proxima Vez
Luis Represas
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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

CV



*A tua Rua 5 de Julho*

Foram três dias de Tarrafal. Conheci o “campo da morte lenta”. Conheci as latrinas, as celas antigas, a suposta solitária, a cantina, os tanques de água. a frigideira! “Como é que se pode transformar um paraíso destes num Campo de Concentração”, disse-me a Cat que tem, e agora sei-o, toda a razão. A professora que dá aulas numa sala do campo de concentração mas não sabe onde está nem que importância teve aquele local para a história do “Ultramar” (aspas). Essa história que também conheço mal. Essa história que muitos devem ter presenciado e sentido naquela suposta solitária. “Suposta” (aspas, novamente). Calar vozes não cala pensamentos. Acrescentar dores não substitui sentimentos. Há que murmurar até que alguém ouça numa qualquer solitária da ala dos cabo-verdianos ou na ala dos angolanos ou na ala dos presos políticos vindos da “Metrópole” (exigem-se aspas). História de uma época que Portugal tem tratando de lembrar, apagando aos poucos. Ou ao contrário! Já em Cabo Verde a palavra “independência” mantém-se presente. Algo dissimulada! “Cabo Verde está em construção há 30 anos”, disse-me o Hélder quando, numa das nossas mini-viagens de carro, lhe perguntava porque existiam tantas casas em cimento e por acabar. “Cabo Verde não pára”, concluiu como quem quer concluir o tema.
Tarrafal: assaltas as memórias e entras dentro das pessoas!
Uma vez tive medo, muito medo, que isto dure muito tempo. Na vez em que só molhei os pés. Molhei a água.
Na Ponta de Atum as pedras afunilaram-me/anularam-me. Deslumbrada com a beleza do espaço/fixada no recorte das rochas. Bonitas pedras/Grandes pedras. Os rapazes saltam para uma gruta e saem do outro lado, assim como na praia do Príncipe saltam do matadouro. A adrenalina deles. O meu nó no estômago. Só de olhar.
A cidade da Praia tem uma beleza autóctone. As casas que parece que não param de nascer e não param de ser construídas porque não pára a construção porque a construção da maior parte das casas está parada e não pára de nascer. Sori explica-me que há muita construção clandestina e Cat explica-me que há confusões sobre de quem são os terrenos, da Câmara, do Estado ou Particulares.
Gosto de ver as pessoas idosas à janela. A pele muito negra e os cabelos muito brancos.
Gosto do banco de jardim da Praça Sofia onde conversei horas com a Cat.
Ainda nos falta falar de tanta coisa porque ainda não falamos de nada e já falamos tanto. Nem sei se comece a falar.
Gosto do Sr. da Foto Tony onde há telefone público para chamadas internacionais a custar 30 escudos.
Também gosto da Lizete que tem duas filhas, a Tifani e a Miriam. 10 e 2 anos. Tem carinha de menina. Pergunta as coisas de forma delicada e vai limpando a casa da Cat timidamente, mas tão familiar, quase em silêncio como se não quisesse perturbar-me a leitura ou o raciocínio. Lizete: delicada, sincera, forte, uma menina que tem duas meninas.
Aqui só encontrei pessoas sinceras e corações abertos.
A Iara, o Sori, o Hélder – o meu Super Guia Favorito –, o Helker. A panela emprestada para fazer bacalhau à brás, ontem quando dei a túnica, provei grogue e viajei para além de uma mesa de bilhar sem hora.
Acho que há diferença entre pessoas bonitas de coração cheio e pessoas bonitas de coração aberto.
Gosto de misturar expressões e palavras: Kasa Bela, Serra Malagueta, Cachupa e Cachupada, Café Sofia, Palmarejo e Bairro Brasil, Búzios com molho de limão na Achada de Santo António, mergulho com a lua cheia na Prainha, Associação Santiago Sul e a “assembleia geral” na Zita, Sucupira.
… Na casa da Elsa, de “A Semana”, mãe da Ritinha que divide comigo a taça de camoca, a Cat dorme e eu observo com leveza…

...E a caminhar descalça pelo Plateau até à tua Rua 5 de Julho...antes e depois...no regresso e à ida ou ao contrário!
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