quarta-feira, 20 de junho de 2007

"espacinhos"


Diziam sempre que gostavam de sentir, da força de sentir, de sentirem juntos. Unos!
Da força de sentir retiravam(ram) a força de sentir para voltar a sentir e sentir sempre igual. Unos!
Sentir, como se não sentissem mais nada, sentindo exactamente tudo, pela força de sempre. E sempre… Unos!
São assim as vidas boas, dizem.
Vidas boas porque se Sente Sempre (também dá, e sabem-no, Unos!)

Ele porque, a entende sempre, até contempla “espacinhos”, que ela chama aos bocadinhos de céu que se vêem por entre as árvores.
Deitados na relva, de mão dada, como Sempre, porque Sentem, contemplam, não há magia (são a magia), nem descoberta (já se conhecem desde sempre), só simplicidade, olhos encantados pelas vidas boas que se apresentam.

Unos!
Encantados!
Contemplam a simplicidade porque sabem Sentir Sempre!

Imagem gentilmente cedida por uma bloguista amiga dos lados de Viseu. Alguém especial que também vai descobrindo a formula de sentir.

domingo, 17 de junho de 2007

terça-feira, 12 de junho de 2007

Desde o início… partilhas...

*nosso infinito*

“É assustador. São certezas demais”
“É muito bom, certezas em cima de certezas. Certezas espontâneas”
“Se calhar vais achar uma expressão estranha, mas acho que são certezas verdadeiras”
Acenei com a cabeça levemente, senti que os meus olhos estavam cheios de luz, se calhar porque a luz (a harmonia) que sentia tinha deixado de caber dentro de mim e precisava de “saltar”: olhares brilhantes, sorrisos felizes, mãos entrelaçadas, acho que somos assim desde o início... certezas verdadeiras que (foram) são sempre espontâneas.
Trocas de olhares e alguns sorrisos tímidos. Acho que ainda não sabia, suspeitava, queria sem saber realmente, algo no meu inconsciente, impulsos talvez, me fazia percorrer a sala com os olhos e seguir-lhe os passos.
Percebi pela forma como ele falava, me acenava simpaticamente, que podíamos ser amigos (queria que fossemos), embora me desse medo ser amiga de um mito (foi um mito até quando me pediu que deixasse de ser, e deixou de ser um mito para continuar a sê-lo sempre porque, às vezes, até tenho medo que seja verdadeiro, e acho que lido bem melhor com mitos).
Segui-lhe os passos com medo de acreditar que também estava a ser seguida. Depois de uma viagem (“acho mesmo que viemos de mão dada desde o inicio”) senti a minha pequenez pela primeira vez e não acreditei. Cedo para acreditar e dar credito aos impulsos... ou não...
Depois “consegui” (duas vezes), e “só me arrependo de não te ter pedido um abraço”.
Começavam-se a desenhar as certezas, aquelas de que falamos tantas vezes, falamos para nos aceitarmos, para nos fundirmos (também) em palavras, para ganharmos mais certezas e acalmarmos (a dois, mas já unos) os medos. Os medos inevitáveis.
Depois... depois foram impulsos e desejos, tudo foi por impulso, não nos podíamos recusar. “Os desejos são os melhores conselheiros”, disse-me. Neguei, mas senti.
Há coisas que ele não sabe (ou sabe).
O meu primeiro suspiro mais sentido, mais feliz pela certeza, mais desesperado e mais envergonhado pelo medo e pela pequenez. As viagens de autocarro intermináveis, que queria mesmo assim, intermináveis porque me embalavam os pensamentos. A forma subtil, agora sei que muito obvia, como falava dele aos outros. As voltinhas na cama a decidir o que fazer, o que pensar, digerir o que sentia, acreditar no que lhe via e ouvia. Os momentos bonitos de confusão mental, e assustadores de luz interior.
“Estás tão aqui comigo”. Sempre. Já soletrávamos. Sempre. Unos.
Desenhavam-se as certezas. Fez-se a viagem completa, depois e antes, as incompletas acompanhadas. Deixou-se de querer esconder, não se conseguia aliás. As conversas que nunca foram singulares, trocavam-se com cada vez mais partilhas, e comuns. “Falas com ele...” e não é preciso explicar mais nada.
Olhares brilhantes, sorrisos felizes, mãos entrelaçadas, acho que somos assim desde o início (...)

sábado, 9 de junho de 2007

Se calhar é melhor viver...

Se eu morrer agora
Se eu morrer agora com 22 anos o que é que eu fiz pelo mundo?
Nunca plantei árvores, só umas flores e uns quantos pés de feijão nos tempos do colégio.
Viajei pouco, boas recordações, mas poucos desejos cumpridos (nunca fui a Florença).
Vivi uma ou duas paixões talvez.
Ouvi mais os pássaros das gaiolas do que os outros, os livres.
E vivi mais em gaiolas do que livre.
Não tive filhos, não criei meninos, não conheci o dono do livro que tenho no quarto.
Vi alguns pores-do-sol bem acompanhada, mas não vi O pôr-do-sol.
Nunca publiquei um livro e os artigos de jornalismo pouco acrescentam (não contam).
Ainda não percorri, de mão dada, as ruas da metrópole.
Nem cumpri a tal passagem de ano, nem as outras passagens e travessias todas.
E pelo mundo, se eu morrer agora, ainda não fiz nada…
E ainda não compreendi (respeitei/defendi) mas morreria sem compreender se tinha valido a pena.

*Saudade de gente viva não é diferente de gente morta, só que uma tem mais mística*

(Dia da formula: 9/06/84*15/10/99)

Ruinas citadinas /sentir cidades/ 2



Na Rua Anselmo Braancamp, perpendicular à Rua Monte do Tadeu, Porto, perto da Av. Fernão de Magalhães, lê-se: “Em Novembro é de Abril e mais que me lembro”, vêem-se estendais de roupa e janelas com cortinas de renda, umas escadinhas em ziguezague, casas empoleiradas umas nas outras, tendo o céu como infinito, pinturas, cor, traços, letras, vidas vivas, vidas mudas, vidas feitas de natureza morta, passam rolas que ali têm os seus ninhos, famílias, uma mãe histérica porque a filha nunca mais vem da escola, três rapazes de mochila às costas, ali estiveram os “loucos” das latas de spray, ali estavam velhinhos a ler o jornal à porta do café e a olhar de lado para a fotografa, ali estão sempre as mesmas almas feitas de sol ou de sombras conforme a felicidade bata à porta ou não, a câmara também lá deixou a sua notinha de presença: “Proibido deitar lixo ou entulho. Sujeito a coima de 200 a 800 euros”, mas só mesmo isso, a Rua Braancamp cala a boca dos que dizem que o Porto é cinzento, deixa tonto quem percorre as escadinhas de cimento a tender para a esquerda, como impõem as vidas mudas, e lembra que o céu é mesmo o infinito de todos, dos iguais e dos que são menos iguais que os outros todos.

Acordar

Não parti, mas já não sei voltar.
Ando às voltas a esquecer quem sou.
Bebo a noite até o Sol chegar.
Ele sempre me encontrou.

Só o Amor me faz correr.
Só o Amor me faz ficar.
Só o Amor me faz perder.
Só o Amor me faz querer mais.

Não sei viver sem ter de viver.
O que me dão já não sei gostar.
Não se perde o que não se quer ter.
Cada vez mais sem esperar.

E se for a primeira vez, que os teus dedos
tocam a luz da manhã.
Dá-me a tua mão.
Respira o ar do dia.
Talvez nada mais.

RADIO MACAU

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Sensibilidade (Two hands expressions)

*Um beijinho para ti*

Dos dois rostos, um permanecia assim. Brilhante, até, mas fundido na bruma do espaço.
Uma italiana cantava em inglês com sotaque francês.
Peito contra peito. Sensibilidade.
Já tinhas dito antes: “Não tenho palavras. Não sei usá-las. Até delas tenho medo”.
Procuramos por ai.
É a tua vez:

Os beijos de que sou/somos, dependentes inspiram-me. Ia dizer-lhe isso ontem, quando me levou pela mão para escrever.
Disse: “Não sei o que escrever”.
Pensei: “Sabes, mas não queres, és pequenina demais… demais…”
Gosto da nossa relação com a luz, com a escuridão iluminada, sempre iluminada por nós.
Uma vez disse que o queria de luz apagada. Agora não existe luz. Até dormimos de luz acesa.
São olhos abertos a iluminar, que olhar brilhante o dele, a fusão de dois corpos, e luzes acesas para embalar sonos perfeitos.

Sensibilidade
(banho tomado, toalha enrolada, uma brasileira chamada Maria Rita, gosto de nomes)

A soletrar, acho que fazemos tudo a soletrar devagarinho para conseguir prolongar tudo, tudo, e fazemos tudo a soletrar. “Um A e soletrar”

“Dos gardenias para ti… Con ellas quiero decir te quiero, te adoro, mi vida…”
Não sei o que senti(o), intensidade, arrebatamento, preenchimento total, perfeição total, sangue, duas vidas a tomarem forma numa só. Somos, cada vez mais…

“Gosto de te ver assim”
Enrolada nos sabores, nua pela casa, a dançar na banheira, as mãos a percorrer as curvas do corpo que aprendo a amar porque o ofereci, a musica muda de tom, os planos da tarde começam a compor-se, os olhos piscam, suspiros, muitos, lembranças, aquele sofá, mordo os lábios.

Escrito por Sensibilidade(s)

terça-feira, 5 de junho de 2007

Pouco interessam os vencedores e os vencidos

O “Escola Alerta” é um concurso do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, que visa sensibilizar e mobilizar os alunos das escolas básicas e secundárias, de todo o país, para as questões da acessibilidade da população com deficiência, promovendo a solidariedade, a participação e a igualdade de oportunidades.

Muito mais do que palavras e frases, como a acima transcrita do dossier de imprensa, na entrega de prémios para os projectos com maior destaque do “Escola Alerta 2006/2007”, no pavilhão da escola da Augusto Gomes, Matosinhos, respirou-se confiança.

Taças entregues, discursos feitos, aplausos e largadas de balões, até um lanche compôs a tarde, mas os testemunhos reais, a coragem dos mais jovens, os que possuem deficiência e lutam dia-a-dia, e os “outros” (verdadeiramente, nesta tarde “os outros”) que trabalharam nos seus projectos é que ecoaram.

Ainda houve tempo para uma exibição do Grupo de Dança Rap da CERCIMOR e do Grupo de Dança do Espaço T. Ficam aqui algumas fotos, elas podem não falar por si, aliás carecem de som, ritmo, mas espelham muita satisfação e confiança. Meninos que fizeram parte de uma tarde animada e foram mais aplaudidos que secretários de Estado ou presidentes de Câmara.

(gostava de escrever mais ou menos isto, por outras palavras que também não sei quais e não tenho, não sei sequer como exprimir a tarde, no artigo que tenho de escrever para a próxima edição. Não posso, mas sinto)
...
FOTO 1: Grupo de Dança Rap do Espaço T desenha numa tela a forma como vê a vida... com tanta cor, rabiscos que pareciam gargalhadas, não há muito mais a explicar.

sábado, 2 de junho de 2007

Fanatismo

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo o mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastos:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!...”

A noite desce…

Como pálpebras roxas que tombassem
Sobre uns olhos cansados, carinhosas,
A noite desce… Ah! doces mãos piedosas
Que os meus olhos tristíssimos fechassem!

Assim mãos de bondade me embalassem!
Assim me adormecessem, caridosas,
E em braçadas de lírios e mimosas,
No crepúsculo que desce me enterrassem!

A noite em sombra e fumo se desfaz…
Perfume de baunilha ou de lilás,
A noite põe-me embriagada, louca!

E a noite vai descendo, muda e calma…
Meu doce Amor, tu beijas a minh’alma
Beijando nesta hora a minha boca!

O Nosso Mundo

Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos
Como um divino vinho de Falerno!
Pousando em ti o meu olhar eterno
Como pousam as folhas sobre os lagos…

Os meus sonhos agora são mais vagos…
O teu olhar em mim, hoje, é mais terno…
E a Vida já não é o rubro inferno
Todos fantasmas tristes e pressagos!

A Vida, meu Amor, quero vivê-la!
Na mesma taça erguida em tuas mãos,
Bocas unidas, hemos de bebê-las!

Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...
Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor!... As nossas bocas juntas!...

Saudades

Saudades! Sim… talvez… e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, não nos importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!
FE
Livro de Soror Saudade
1923

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Entre CD (n.1) e PT (n.2)

“Sabes que o teu ramo não murcha?”
“Desde a imposição?!”
“Parecem flores eternas”
“É porque são fortes”
“É porque ficam”
“Mostra que a amizade é forte”
“Explica tudo”

...
(conversas soltas... que nunca acabam...)

Frases soltas pra CD (n.1) de PT (n.2)

Primeira vez
“Vai ali pras escadas”
Barraquinha de madalenas e limonada
“Até(Só) o Constantino comprou”
Ao quinto Calipo
“Vamos pra ESSO”
Brincadeiras
“Queres fazer sopa com couves do quintal?”
Crentes
“Olha que ficas com os pés colados ao alcatrão”
Manias
“Oh pra mim que sei escrever inglês”
Referencia
“O 26-29-BB já foi”
Toque
“Conhecemo-nos pela campainha”
Clube
“Dick”
O livro
“101 dalmatas”
Cooperativa de Creixomil
“Mantenha-se afastado deste local, nós chamamos por si”
Centro de emprego
“Só empurrar”
Maneiras
“Queres que te ensine a comer com faca e garfo?”
Cartas
“Esta gaja não escreve cartas, escreve lençóis”
Colecção de cromos
“Não me compras com brigadeiros”
Filmes
“Bingo”
Gajos
“Ai o Eduardo…”
Santiago
“Baja me los pantalones”
Pinheiro
“Os outros, comparados a ti, nem isto…”
Família(s)
“A Paula saiu com o pai. A Paula ta cá. A Paula saiu com o pai”
Imposição
“Chegaste no minuto exacto”
Chineses
“Pra que serve o pelinho? Isto nem absorve”

(continua… porque nunca acaba…)