sábado, 17 de maio de 2008

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Entre o carvalho velho e os odores fortes, numa cave:
A guia é simpática. O sotaque meio esquisito, faz-me estar mais entretida com o espaço do que com a história. Mas sei que parei antes mesmo de ouvir a explicação e lembro-me de sorrir: “Um ano muito raro… Encorpado…” E continua…
Um vinho como tu!

1 de Maio (17h30)

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Antes de uma barragem e depois de uma partida:
O verde e o vermelho de uma bandeira, cujo simbolismo é um só…
Fé!
Leva-a contigo!


1 de Maio (12h00)

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Uma viagem para a Régua:
A angústia depositada na companhia e no transporte, ambos seguros…
E as pontes… E a calçada da Ribeira… E os rabelos... E o olhar tímido reflectido nas águas do Douro… E o aceno destemido para a margem…
O horizonte para ti!

1 de Maio (9h30)

Memórias / colectivas / 1








A propósito de um livro – “Memória da Indústria Conserveira de Matosinhos, Leça da Palmeira e Perafita, 1899 –2007” de Josué Fernandes Tato, lançado pela Câmara de Matosinhos e pelo NAPESMAT (Núcleo de Amigos dos Pescadores de Matosinhos) na terça-feira, dia 13 de Maio, feriado municipal das Festas do Senhor de Matosinhos

FOTOS:
Fábrica Pinhais - conservas tradicionais / Verão de 2005
- talvéz o meu primeiro maior contacto com Matosinhos

sábado, 10 de maio de 2008

Memória cumprida

Porque é que os meus passos me guiam e o pensamento me foge sempre?
Aquele compromisso estava adiado há muito tempo. E… Sim! Era já um compromisso que tinha de cumprir!
E por impulso… Quem pode recusar um impulso? Disseram-me um dia… Cheguei ou chegamos lá. E cumprimos. E desejamos! E sentimos! E respiramos!
O momento não pedia partilha. Essa ficaria adiada, outra vez. O momento pedia reflexão. E essa ficaria incompleta, naturalmente, embora mais nítida.
Os pés agarraram-se à areia como se tivessem medo de se soltar.
E os braços voltaram a cair sobre o corpo, deixando as mãos penduradas no vento.
E os gritos continuaram mudos e os murmúrios chegaram a ficar roucos.
“Não há nenhuma pedra que não conheça o teu sabor salgado”, pensei. E sim! Cumprindo-se o adiado e reflectindo lembrei-me da pergunta que me fizeram um dia: “Estás preparada para essa natureza que tanto amas?”. Lembro-me de ter respondido de coração cheio e sem sal: “Tenho a certeza!”.
Com os pés firmes na areia e com os braços a ganhar forças para arrancar o sabor salgado que as pedras conhecem tão bem e me ensinam, aos poucos, a aceitar, lembrei-me dessa natureza amada… E armada!
Como é que a descrevi? Parece que foi há tanto tempo… Como é que a descrevi?
“É perfeccionista, corajosa, insaciável e apaixonada”. Sim, era isso! Aquela natureza, que não temia, era isso. Aliás, seria apaixonada ou apaixonante? Pouco importa. Afinal eu estava preparada.
Depois, quando os pés saíram, ganharam vontade própria e o sol desistiu de secar aquele sabor salgado, os braços agarram as mãos e entregaram-se ao vento, numa corrida contra o sentido do impulso de sempre!

Já aqui
Já quente e já aconchegada
Já a cumprir a segunda fase do compromisso,
Já atrasada e já cansada como desejado…
É deixar a música entrar e reflectir em linhas:

Ser como o violino intocável pela majestosa condição de instrumento musical que é peça de arte… Ter o recorte da tela e ser tango… Ser um tango intimo que se abafa no peito enquanto procura explodir em suor…
És tu!

Sexta, 9 de Maio, 22h31
Em Lavra, com o sol já posto e os pés já quentes. Depois de um impulso e de uma reflexão num sítio que não pertence aos sítios nem aos homens… Pertence à Memória!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

(em) Num Código de Barras

Deixa que o silêncio faça parte de nós


deixa que o silêncio
seja parte de nós
funda e indizível
porque não estamos sós
apenas a só
e até se dispensa a voz

deixa que ele seja
um espelho fiel
do que sinto por ti
basta um gesto de mão
só um olhar
p'ra mostrar a paixão

e se eu te mentir alguma vez
é porque nos lançam amarras
é para iludir o vídeo oculto
que nos segue lá do alto
e nos traduz em barras

num código de barras
num código de barras

assim nem eu nem tu
teremos um amor captável
pelo serviço secreto
será indetectável
jamais será cifrável

ao abrirmos a boca
será como o previsto
e até a felicidade
será a que anunciam
na publicidade

e se eu te mentir alguma vez
é porque nos lançam amarras
é para iludir o vídeo oculto
que nos segue lá do alto
e nos traduz em barras

num código de barras
num código de barras


LETRA: Carlos Tê

INTERPRETE: Clã



Um brinde... A quê? Vá, pede um desejo! Não! Vamos brindar ao encanto que a vida tem... Sim! Hoje também... Sempre! Um brinde ao encanto constante que é caminhar acompanhada mesmo sem estar de mão dada
Ah... E um brinde à amizade!

//porque não estamos sós, apenas a só//

domingo, 4 de maio de 2008

uma fuga

Não contemplei para lembrar, contemplei para respirar.
Não caminhei para prolongar o tempo, caminhei para apreciar o impulso de andar a pé.
Não me decidi por passos acelerados por medo, acelerei por convicção.
Não escolhi o (nosso) percurso por necessidade, escolhi com vontade… Sim, talvez por necessidade de sorrir.
Não parei diante do (nosso) quarto para suspirar, parei para contemplar (-nos).
Não cheguei cedo para dormir, quis chegar para pensar.
Não me despedi do espaço porque me sentia impotente, despedi-me porque me sentia preenchida.
Não absorvi o cheiro das (tuas) flores à procura de calar a angústia, apreciei-as porque são (as tuas) flores bonitas. Porque merecem e não têm culpa.
Não rodei a chave na porta para assimilar mais um dia passado, rodei a chave e subi as escadas com a confiança que mais um dia presente (nos) dá.
Não trauteei as músicas de sempre para improvisar uma banda sonora, cantei-as!
E não devolvi as dicas e os conselhos da noite, porque (egoistamente como sempre) aproveitei para me agarrar à vida!

Depois de um concerto – “Sem/100 palavras” como disse a Fatinha – no C.A.R. com o “Quinteto Novo” (Acordeão-CarisaMarcelino; Contrabaixo-DércioFernandes; Violino-FernandoSá; Guitarra-NunoCachada; Piano-RuiOliveira), depois de ter optado por caminhar e de ter escolhido o percurso por impulso, dedico mais uma assimilação de fé na vida à vida de sempre!

Obrigado terra que me embala(s)! Obrigado pela cumplicidade depositada em mais uma fuga!