domingo, 4 de maio de 2008

uma fuga

Não contemplei para lembrar, contemplei para respirar.
Não caminhei para prolongar o tempo, caminhei para apreciar o impulso de andar a pé.
Não me decidi por passos acelerados por medo, acelerei por convicção.
Não escolhi o (nosso) percurso por necessidade, escolhi com vontade… Sim, talvez por necessidade de sorrir.
Não parei diante do (nosso) quarto para suspirar, parei para contemplar (-nos).
Não cheguei cedo para dormir, quis chegar para pensar.
Não me despedi do espaço porque me sentia impotente, despedi-me porque me sentia preenchida.
Não absorvi o cheiro das (tuas) flores à procura de calar a angústia, apreciei-as porque são (as tuas) flores bonitas. Porque merecem e não têm culpa.
Não rodei a chave na porta para assimilar mais um dia passado, rodei a chave e subi as escadas com a confiança que mais um dia presente (nos) dá.
Não trauteei as músicas de sempre para improvisar uma banda sonora, cantei-as!
E não devolvi as dicas e os conselhos da noite, porque (egoistamente como sempre) aproveitei para me agarrar à vida!

Depois de um concerto – “Sem/100 palavras” como disse a Fatinha – no C.A.R. com o “Quinteto Novo” (Acordeão-CarisaMarcelino; Contrabaixo-DércioFernandes; Violino-FernandoSá; Guitarra-NunoCachada; Piano-RuiOliveira), depois de ter optado por caminhar e de ter escolhido o percurso por impulso, dedico mais uma assimilação de fé na vida à vida de sempre!

Obrigado terra que me embala(s)! Obrigado pela cumplicidade depositada em mais uma fuga!

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