terça-feira, 12 de junho de 2007

Desde o início… partilhas...

*nosso infinito*

“É assustador. São certezas demais”
“É muito bom, certezas em cima de certezas. Certezas espontâneas”
“Se calhar vais achar uma expressão estranha, mas acho que são certezas verdadeiras”
Acenei com a cabeça levemente, senti que os meus olhos estavam cheios de luz, se calhar porque a luz (a harmonia) que sentia tinha deixado de caber dentro de mim e precisava de “saltar”: olhares brilhantes, sorrisos felizes, mãos entrelaçadas, acho que somos assim desde o início... certezas verdadeiras que (foram) são sempre espontâneas.
Trocas de olhares e alguns sorrisos tímidos. Acho que ainda não sabia, suspeitava, queria sem saber realmente, algo no meu inconsciente, impulsos talvez, me fazia percorrer a sala com os olhos e seguir-lhe os passos.
Percebi pela forma como ele falava, me acenava simpaticamente, que podíamos ser amigos (queria que fossemos), embora me desse medo ser amiga de um mito (foi um mito até quando me pediu que deixasse de ser, e deixou de ser um mito para continuar a sê-lo sempre porque, às vezes, até tenho medo que seja verdadeiro, e acho que lido bem melhor com mitos).
Segui-lhe os passos com medo de acreditar que também estava a ser seguida. Depois de uma viagem (“acho mesmo que viemos de mão dada desde o inicio”) senti a minha pequenez pela primeira vez e não acreditei. Cedo para acreditar e dar credito aos impulsos... ou não...
Depois “consegui” (duas vezes), e “só me arrependo de não te ter pedido um abraço”.
Começavam-se a desenhar as certezas, aquelas de que falamos tantas vezes, falamos para nos aceitarmos, para nos fundirmos (também) em palavras, para ganharmos mais certezas e acalmarmos (a dois, mas já unos) os medos. Os medos inevitáveis.
Depois... depois foram impulsos e desejos, tudo foi por impulso, não nos podíamos recusar. “Os desejos são os melhores conselheiros”, disse-me. Neguei, mas senti.
Há coisas que ele não sabe (ou sabe).
O meu primeiro suspiro mais sentido, mais feliz pela certeza, mais desesperado e mais envergonhado pelo medo e pela pequenez. As viagens de autocarro intermináveis, que queria mesmo assim, intermináveis porque me embalavam os pensamentos. A forma subtil, agora sei que muito obvia, como falava dele aos outros. As voltinhas na cama a decidir o que fazer, o que pensar, digerir o que sentia, acreditar no que lhe via e ouvia. Os momentos bonitos de confusão mental, e assustadores de luz interior.
“Estás tão aqui comigo”. Sempre. Já soletrávamos. Sempre. Unos.
Desenhavam-se as certezas. Fez-se a viagem completa, depois e antes, as incompletas acompanhadas. Deixou-se de querer esconder, não se conseguia aliás. As conversas que nunca foram singulares, trocavam-se com cada vez mais partilhas, e comuns. “Falas com ele...” e não é preciso explicar mais nada.
Olhares brilhantes, sorrisos felizes, mãos entrelaçadas, acho que somos assim desde o início (...)

1 comentário:

Anónimo disse...

Miuda, ó tenho uma coisa a dizer WEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE! tão lindo, o sentimento, não é? Um dia - não muito longe daqui - havemos de ser todos felizes. Não é? ;)
beijo e grande abraço. Gosto de te ver assim.