terça-feira, 12 de agosto de 2008

Às vezes não me lembro logo…

Às vezes não me lembro logo…
19 de Maio (3h00)

Não quis continuar a frase. Era tarde e tive esperança que a sensação não se repetisse.
Mas acontece sempre.
Às vezes é só depois de pensar um bocadinho, outras é no banho. Estou na banheira e começo a acordar, o sorriso matinal acaba ali, debaixo do chuveiro. Paro enquanto a água corre. Deixo os braços caírem, enquanto sinto o corpo gelar, parado debaixo de água cada vez mais quente e lembro-me.
Lembro-me e assimilo, enquanto o coração começa a apertar como se o bombear das artérias significasse a assimilação de uma realidade gelada num corpo a escaldar de vontades.
É assim quando me lembro no banho.
Prefiro lembrar-me deitada, embora isso implique decidir e planear os passos de um dia que sei, ali mesmo, que nunca mais vai acabar.
Tem acontecido menos, mas às vezes só me lembro na rua, depois de inconscientemente te desejar “Bom Dia”, de me vestir a pensar que quero estar bonita para ti, de pegar no perfume e sorrir enquanto o coloco como se fosse um momento de sensualidade matinal entre o corpo que sempre vi como teu e o pensamento que está sempre em ti.
Às vezes não me lembro logo…

Agora, pensando bem, prefiro lembrar-me só mais tarde. Seria perfeito nem lembrar...
Para sorrir o dia todo.
20 de Maio (19h30)

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