domingo, 24 de fevereiro de 2008

Corredor de tempos



















A profundidade do tempo, perdida na profundidade do espaço
Várias portas
Vários vidros
Vários trapos
Vários risos
Vários gritos
Vários passos
Vários jogos e empurrões
E redes?
E mais gritos e mais fugas e mais gargalhadas e outros trapos
As mesmas portas e os mesmos vidros…
Agora no chão
Como os passos e como os jogos
Um, dois, três, macaquinho chinês…
Agora pelo chão, depois de tantos risos e de tantos trapos trocados, vendidos, usados…
E a menina correu de mão a segurar a saia e pés descalços, cabelo solto muito engrenhado, como a pele muito escura, os olhos muito vivos e brancos como a brancura disfarçada dos dentes…
Correu, gritou, sorriu, lançou uma, duas, três vezes, muitas vezes. E fugiu…
Por corredores e corredores de tempo, o espaço dita a forma de se jogar e empurrar a história dos trapos (ou seria das redes?)

FOTO: Anexos demolidos no Bairro dos Pescadores – Matosinhos/Fev08

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