sábado, 11 de agosto de 2007

Eles MUITO vivos

Sem tempo e sem espaço… Ontem, ou anteontem, nunca há tempo, e só há, às vezes, espaço, era um concerto, era sentir num concerto ao ar livre, e ouvir a música (mais algumas partilhas) a ecoar no meio do barulho das árvores, misturada na natureza – estão sempre fundidos na natureza. Hoje era água, se calhar ontem é que era água, e muito verde, e pés descalços na terra.
Sem tempo e sem espaço… Apesar de terem falado, talvez, numa ilha, ou em duas, ou em bocadinhos de uma, ou até nove… Sem tempo e sem espaço… Porque nem o tipo de música sabiam, nem escolheram. Não precisavam, os sentidos guiam-nos sempre, e guiam-nos bem – sim conhecem os instintos, as ambições, as vontades, o querer, o saciar – deles, juntos.
Sem tempo e sem espaço, com confiança nos sentidos guiados pelo toque, pelos lábios, pelo abraço dado na hora exacta, quiçá na hora em que a saia rodada se apresenta com ar tímido, mas assumido, desafiador, nada inocente, diz ele, simplesmente encantado, diz ela… Quiçá na hora em que as mãos se tocam disfarçadamente ou as pernas se cruzam depois de se procurarem como se procuram quando só a troca de olhares não basta… Quiçá no concerto ou na ilha, com música, com árvores, com dança descalça na terra, ou era na água?


Sem tempo e sem espaço… Ela do seu lado direito, ele naturalmente à esquerda, porque ela não sabe estar, com ele, sem estar protegida... Só sabem que, onde ou quando não sabem, só sabem que estão vivos!

FOTO: Óbidos (junho/07) depois de um concerto, antes de uma ilha, sempre e cada vez mais a sentirem que estão vivos

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