quinta-feira, 19 de abril de 2007

Ao nosso tudo

Foi a primeira vez.
Estranho ter sido a primeira vez depois de quatro meses, mas foi.
Tinha a minha capa guardada lá e ainda não tinha tido oportunidade de lá ir buscar. Que ironia ir a tua casa buscar a minha capa de traje, do traje da cidade que nos uniu mais e conheceu melhor, porque na terra, estamos em casa e fomos sempre muitos, já no curso eramos, seremos, “as duas malucas de Guimarães”.
Foi a primeira vez que fui a tua casa desde que foste atrás do sonho.
“Quem é?” ; “É Paulinha” ; “Sobe, saca está no quarto”. No teu quarto, teu quarto sem ti, mas com tanto calor teu, tanta energia de uma pessoa que sempre mostrou da forma mais espontânea e directa que queria viver tudo.
E vivemos certo?
Vivemos os últimos minutos de cada Queima das Fitas, os concertos do mestre. Fomos praxistas, anãs, cúmplices de meias rasgadas. Noitadas, dias, computadores, delírios, uma faculdade a cair aos pedaços, mas tão íntima, tão nossa.
Vivemos a viagem de carro daquele dia 30 de Junho, desde a Galiza até à terra entre lágrimas e sono de quem não tinha dormido para viver tudo até ao fim.
Vivemos a glória de o ver ir à UEFA e de o ver bater no fundo. Tu aos gritos, eu num pranto.
Vivemos mais de 300 fotos espalhadas por milhões de pastas tiradas em três teleféricos diferentes, praias de rochas, levadas, quedas de água, uma ilha. O melhor amigo comum, a aventura independente.
Vivemos caixas e bombos, Vinho do Porto e Macieira, tascas e guitarras.
Vivemos tudo… E sabes porquê? Porque vivemos a Cordoaria e mais ninguém a viveu assim.
Foi a primeira vez. Já lá passei muitas. Gosto de ver as bandeiras na janela e de me cruzar com tua família. Mas foi a primeira vez que soube que não serias tu a abrir a porta.
Estou tão orgulhosa de ti!
E estou tão feliz por estar a ter saudades. Explica-me o que sinto. (Já) Não há desgaste percebes? Só sintonia, daquela nossa, daquela espontânea.
Boa Sorte Cabo Verde!
Pelo nosso tudo… um brinde amiga…
(imagina que é um brinde de, da nossa, jeropiga e desculpa a forma corriqueira do texto, mas as emoções e os olhos às vezes entorpecem o raciocínio)
...
O DIA: segunda-feira, 16 de Abril/07 por volta das 11h00, às Portas da Vila
A FOTO: jantar de despedida antes de ERASMUS, casa da Sofia – Guimarães, Setembro/04
O TEXTO: insónia, net, colega estagiaria da SIC a fazer madrugada, recordações…

1 comentário:

aLMA_mATER disse...

Para sempre vou recordar os momentos passados na minha ilha!
São recordações que marcam para toda a vida e que a gente não se esquece! É o que dá ter amigas assim, como vocês, que preenchem uma pessoa e cujo prato do dia é a boa disposição e a PDL!
Adorei o post Paulinha! Chegaste a tocar-me fundo! A vossa amizade é simplesmente incrível! :)
Já aprendi que desta vida não levamos nada! É curta, é dolorosa, mas são com pessoas como vocês e momentos como esses que o nosso coração se preenche! Há que viver com Paixão todos os pormenores, hoje e sempre.
Beijinhos!