
E apostrofando os deuses invisíveis,
Os homens clamam: - "Deuses impassíveis,
A quem serve o destino triunfante,
Porque é que nos criaste?! Incessante
Corre o tempo e só gera, inextinguíveis,
Dor, pecado, ilusão, lutas horríveis,
Num turbilhão cruel e delirante...
Pois não era melhor na paz clemente
Do nada e do que ainda não existe,
Ter ficado a dormir eternamente?
Pois é que para a dor nos evocastes?"
Mas os deuses, com voz ‘inda mais triste,
Dizem: - "Homens! Porque é que nos criastes?"
Antero de Quental
(foto: férias na Madeira Agosto/04)
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