quinta-feira, 8 de setembro de 2011

um livro

Apesar de ter mil e um livros por terminar, por começar, por completar, por continuar, por ler e reflectir e assimilar e voltar a ler e aqueles que nunca saíram da estante, e os que não voltam para a estante, e ainda os que não sabem o que é estar numa estante, os que são estante, os por começar, os que aguardam uma oportunidade, os que têm todas as oportunidades do mundo, os que são a oportunidade, apesar de ter mil livros para perceber, ler, assimilar, pousar, e até começar... Hoje comprei um livro novo... Um impulso fortíssimo... "Hoje preferia não me ter encontrado" de Herta Muller, Prémio Nobel da Literatura 2009. Receosa, expectante, a precisar de impulsos, a desejar senti-los, a desesperar por sinais, com os sentidos a latejarem em turbilhão, a querer a custo serenar os elementos todos... Um livro... É só mesmo isso... Não existem entrelinhas, nem segundos sentidos... Intenções?! É mesmo só isso: um L I V R O! Desejem-me Boa Sorte! Vou começar agora. Estou com aquele formigueiro de páginas novas a cheirar a folhinhas novas. Ainda agora tirei o preço (detesto ter literatura entre as mãos que ainda carregue, ainda que sob a forma de etiqueta da Almedina, o traço do capitalismo) e vou começar, contrariando hábitos antigos, pela primeira página. E... E... Desejar... Sonhar... Ansiar... Que chegues entretanto para por termo à ressaca literária. Tantos saltos da prateleira, sou/estou cada vez mais treinada, interpretar-te e aceitar-te. Vamos ler! REPITO: "Não existem entrelinhas!" É mesmo tão simples como isto: um livro!
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