segunda-feira, 27 de outubro de 2008

TARRAFAL - "o campo da morte lenta"




















“Entre os pavilhões A e B, em frente ao portão do Campo, ao fundo, há uma construção diferente de todas as outras (…)”

“(…) um pequeno pavilhão de paredes caiadas a ocre, janela e porta em madeira e cantaria vermelha, dividido em duas pequenas salas, uma de espera para os presos doentes e outra para o consultório médico;

“Era o Posto de Socorro mas também servia de Casa Mortuária, o que estava perfeitamente de acordo com o médico do Campo que mais gostava de assinar certidões de óbito do que tratar dos doentes.”

“Esmeraldo Pais Prata, nomeado médico do Campo de Concentração do Tarrafal por finais de 1936, só em Abril de 1937 se apresentou para dar consulta. Tralheira foi a alcunha com que o conhecíamos e aquela que merecia quem afirmava:

“(…) Não estou aqui para curar, mas para passar certidões de óbito.”

“A dor do doentes do Campo deixava-o indiferente. Pela calada da noite vinha assistir aos espancamentos. O muito ódio que tinha por nós era frio; a medicina, a arma com que feria. E como médico podia atingir-nos de muitas formas.”

Além de médico do Campo, era delegado de Saúde e Administrador do Concelho do Tarrafal

SOBRE O O POSTO DE SOCORROS E A CASA MORTUÁRIA
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