segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Como o Outono (na perfeição)


Gosto de ti como quem gosta do sábado
Gosto de ti como quem abraça o fogo
Gosto de ti como quem vence o espaço
Como quem abre o regaço
Como quem salta o vazio
Um barco aporta no rio
Um homem morre no esforço
Sete colinas no dorso
E uma cidade p'ra mim
Gosto de ti como quem mata o degredo
Gosto de ti como quem finta o futuro
Gosto de ti como quem diz não ter medo
Como quem mente em segredo
Como quem baila na estrada
Vestido feito de nada
As mãos fartas do corpo
Um beijo louco no Porto
E uma cidade p'ra ti
Enquanto não há amanhã
Ilumina-me
Gosto de ti como uma estrela no dia
Gosto de ti quando uma nuvem começa
Gosto de ti quando o teu corpo pedia
Quando nas mãos me ardia
Como o silêncio na guerra
Beijos de luz e de terra
E num passado imperfeito
Um fogo farto no peito
E o MUNDO longe de nós
Enquanto não há amanhã
Ilumina-me
Ilumina-me
PEDRO ABRUNHOSA
...
Um dia destes (um qualquer, daqueles sem amanhã) tirei esta foto para ti
Para te mostrar o fim do Outono ou a sobrevivência do Outono
Tirei-a porque… Partilhas!
Gosto de partilhar o Outono, a cor do fogo, o dia de Sábado
(que teve manhã, tarde, noite e amanhã)
Porque gosto do MUNDO e tu és o MUNDO
(sempre em nós)
Gosto de ti…
Das cidades, dos sinais, do Porto, e das paixões, e do toque louco no meu peito, e do ardor das minhas mãos que brincam
Ahh e do beijo também

Foi agora que a foto se encaixou (como nós) na perfeição no que ouvi
E o que te digo é tão sincero como o brilho dos teus olhos de menino, apesar das mãos de homem. Como o Outono…

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