domingo, 4 de março de 2007

Cada acorde de ideias


Podia ter sido num baloiço de praia, esquecido à noite, com o vento na cara, o som e o cheiro do mar. Mas não havia baloiços na Praia da Memória (que nome, que inspiração), havia um passadiço de madeira, arvoredo, um monumento, dunas e desconhecidos daqueles que cumprimentam toda a gente sem segundas intenções. É tão bom partilhar um “Boa Tarde” com quem partilha a paisagem e o vento.
Podia ter sido de tantas formas, em tantos momentos, existiram tantas oportunidades, mas foi ali, com as tábuas de madeira debaixo dos pés a ranger, como se estivessem para se abrir a qualquer momento, devolvendo-nos à terra.
Podia ter sido em qualquer lado, a ler uma passagem qualquer de um livro oferecido, a ouvir um autor qualquer desconhecido (para já), mas quiseram os elementos que fosse ali. Com o vento na cara, a terra, mais do que a imensidão do mar, a mostrar-me o horizonte, e o sol a pôr-se lentamente, como quem pede autorização para entrar aos bocadinhos.
Fogo/Terra/Ar/Água, qual sintonia perfeita?
Mas foi ali que tudo se definiu, que o pensamento voou e definiu os contornos do eterno, sem angústia, sem mágoa, só com muita fé e brilho.

Já só faltava completar o voo, partilhar a eternidade… Tudo perfeito, deliciosamente perfeito e intenso…
Por cada acorde da musica, por cada acorde de tempo, por cada acorde que traçaste no meu corpo, por cada acorde de ideias… OBRIGADO porque não há palavra mais pura, nem que se conjugue melhor com DUALIDADES

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